Quando falamos em
cultura logo nos vem à cabeça as manifestações e atividades voltadas para o
teatro, a dança, o folclore, a música, a literatura e outras mais.
Contudo a cultura no
sentido que aqui exploramos é subdividida entre erudita que se baseia nas expressões
artísticas como a música clássica de padrão europeu, as artes plásticas,
escultura e pintura, e a popular
onde basicamente podemos destacar a produção e participação ativa do povo.
A existência de duas variantes absolutamente distintas por si só é uma demonstração clara da indesejável presença da divisão entre classes sociais em sua mais cristalina apresentação fática.
A existência de duas variantes absolutamente distintas por si só é uma demonstração clara da indesejável presença da divisão entre classes sociais em sua mais cristalina apresentação fática.
Nesse diapasão inserida na cultura popular
nasceu a cultura urbana tendo como
berço os EUA, mas precisamente nos bairros de cidades pobres, logo depois da
quebra da bolsa de valores de Nova York (1929) em forte contraposição espontânea
ao racismo, a depressão econômica e principalmente contra a exclusão social
manifestos naquele país.
Já nos anos 70 a cultura urbana fundiu-se em vários dos seus conceitos com o Movimento Hip Hop, fazendo da sua existência e fundamentos um alerta social e artístico dos excluídos e marginalizados.
Já nos anos 70 a cultura urbana fundiu-se em vários dos seus conceitos com o Movimento Hip Hop, fazendo da sua existência e fundamentos um alerta social e artístico dos excluídos e marginalizados.
Embora contemporânea quando
a comparamos, por exemplo, a uma manifestação folclórica como a do Bumba meu
Boi, a Cultura Urbana ou se preferirem Movimento
Hip Hop tão somente, é muitíssima rica e diria das mais harmoniosas em seus
eixos basilares.
Senão vejamos: ela tem
o seu próprio segmento voltado à “pintura”
o grafite
originário do final da década de 1960 (vejam a
pouca idade da reintrodução da arte), onde os jovens do Bronx (bairro
nova-iorquino) resgataram essa modalidade artística, dispensando o inservível carvão
usado na escrita do extinto Império Romano e lançando mão de atualizados e
confortáveis tintas spray, dando uma visibilidade diferenciada, marcante e de
conteúdo denso incomparáveis.
O esporte também diz
presente no Movimento Hip Hop, aliás, um não pode estar dissociado do outro em
especial o streetball (basquete
de rua) designação própria do Brasil. O estilo de se jogar e vestir são as
marcas registradas do streetball. Tendo sempre ao fundo a execução do rap, uma
jinga própria recheada de grandes e estéticas improvisações, o streetball aos poucos vem conquistando o seu espaço em
nossa cultura urbana.
Escrever sobre o Movimento Hip Hop ou da Cultura Urbana ainda que de maneira não profunda sem mencionar a street dance (dança de
rua), seria simplesmente ignorar a plasticidade indiscutivelmente contagiante
dessa arte. O break (desdobramento gerado no funk) e a street dance hoje são
tão geminados que poucos os diferenciam se não conhecerem as suas sutilezas. A
street dance necessariamente não deve ser desenvolvida no asfalto. A linguagem
corporal da street dance lembra muito a mímica, faz dos seus praticantes
verdadeiros acrobatas e até a ginástica olímpica permeia suas apresentações, em
um encontro de rara beleza entre corpo e solo.
Post Scriptum: Essa é apenas a visão que tenho sobre o assunto, ela jamais pretende ser definitiva e muito mais pode ser aprendido, acrescentado, discordado e enriquecido.
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