quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Polícia Comunitária Paradigmas a Serem Enfrentados



*Suenilson Saulnier de Pierrelevée Sá – Formando do Curso Nacional de Promotor de Polícia Comunitária 2013 – Ministério da Justiça, SENASP, GDF, Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal, SUPROC, PM-DF e 20º BPM-DF.

O estabelecimento da cultura nacional de polícia comunitária caminha ainda a passos lentos na sociedade brasileira, exemplos pontuais aqui e ali demonstram sua eficácia no combate à criminalidade e naquilo que considero o mais importante a que esta se propõe, ou seja, à interação harmônica dos cidadãos com aqueles que o estado seleciona, capacita e autoriza para o uso legitimo da força em nome da manutenção da ordem pública, da vida e bens de terceiros.

Paradigmas ainda precisam ser quebrados de ambos os lados quer seja nas forças policiais ou na sociedade para que efetivamente a policia comunitária se torne muito mais do que um excelente projeto.

As policias precisam eliminar os resquícios minoritários, porém infelizmente ativos da famigerada violência policial com seus ingredientes repudiáveis de abusos, violação dos direitos civis, tortura, agressões gratuitas e discriminação.

Noutro giro a sociedade precisa ter consciência da legitimidade que o exercício da cidadania real possui nos tempos atuais que inclui também a necessidade de ser colaborativa e receptiva com os seus policiais, não os elegendo como seus inimigos e sim os recebendo como nossos defensores.

Policiais estes homens e mulheres que são pais, mães, filhos e netos da mesma sociedade de bem que muita das vezes se nega a reconhecer o papel preventivo, ostensivo e investigatório que é por eles exercido não raro infelizmente à custa das suas próprias vidas, as quais não se negam a oferecer no cumprimento de suas missões de proteger e servir.

Costumo dizer que “quem deve ter medo de policia é só bandido”, contudo reconheço que para essa afirmação ter realmente ressonância ações como o programa de Policia Comunitária devem ser implementadas com maior fluidez e compromisso do poder público e da sociedade.


Ter uma convivência de prevenção, planejamento conjunto, priorização das ações policiais auscultando o que é irradiado pela comunidade, reciprocidade nos atos diários e constantes de construção da segurança pública, distinção clara do cidadão de bem do marginal por ele repudiado e denunciado são muito mais do que procedimentos concebidos por um programa federal é um marco civilizatório destinado a ser uma resposta firme e consciente a violência reinante em nosso meio.